Fissuras Lábio-Palatais e a intervenção fonoaudióloga
FISSURAS LÁBIO-PALATAIS E A INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Conhecido como lábio leporino, a fissura lábio-palatal segundo pesquisas se apresenta em uma criança a cada 650 nascidas no Brasil. As fissuras lábio-palatais são malformações congênitas de lábio e palato, consideradas craniofaciais. Podem ser classificadas como anteriores ou posteriores.

Tal anomalia congênita é considerada uma das anormalidades mais comuns, sendo que o ideal é que o tratamento seja iniciado no ventre materno e principalmente ser continuado. O tratamento dessa má formação inclui vários especialistas, como fonoaudiólogo, psicólogo, ortodontista, otorrinolaringologista, pediatra, cirurgião plástico, nutricionista, entre outros, para que a criança possa se reabilitar totalmente.

A reabilitação fonoaudiológica é de extrema importância. Nesse caso em especial, o fonoaudiólogo atua no pré e pós-operatório com a finalidade de orientar a fase inicial de sucção e alimentação e sequencialmente buscar o funcionamento adequado das estruturas que sofreram alteração em conseqüência da má formação congênita.

Geralmente ocorre a intervenção precoce da terapia fonoaudiológica com as seguintes finalidades:
Alimentação: intervenção no aleitamento materno, orientando o tipo de mamadeira com o bico ideal, a posição da criança, entre outros. Ressalta-se que aos pacientes que passaram por Queiloplastia (cirurgia estética dos lábios) durante o período pós-cirúrgico não é permitido utilizar a mamadeira por 15 dias. Orienta-se aplicar alimentação pastosa e rala por cerca de três meses.
Sensibilidade: Aplicam-se exercícios que envolvem três níveis de sensibilidade: tátil, térmica e gustativa. Tal prática tem como finalidade propiciar aos pacientes estímulos sensoriais na parte anterior da cavidade oral, evitando que instale a prática de movimentos compensatórios.

Hábitos Orais: Evitar hábitos nocivos viciosos com potencial de nocividade como:

• Respiração bucal;

• Sucção de dedo, língua, lábios e bochechas;

• Uso de chupetas ou mamadeiras por tempo além do normal;

• Postura inadequada da língua durante a deglutição, fonação e posturação (projeção anteriorizada de língua, causando pressão exagerada sobre os dentes superiores, falta de vedamento labial, alterações fonéticas, entre outros.)

• Posturas inadequadas de cabeça em atividades diurnas e noturnas;

• Inadequações posturais, como dormir de bruços, com a mão ou braço sobre o rosto;

Realizar leitura apoiando a face, pode levar à mordida cruzada e a mastigação inadequada com todas as suas conseqüências;
Linguagem e Fala;
Audição;
Desenvolvimento Neuropsicomotor;

Por Elen Cristine M. Campos Caiado
Graduada em Fonoaudiologia e Pedagogia